da PESQUISA das LEMBRANÇAS MATERIAIS

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Carta ao Prefeito da UFES

Esta carta representa a voz de pelo menos trezentos alunos de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal do Espírito Santo.

É com imensa tristeza que assistimos os tapumes serem levantados desordenadamente na universidade. É mais triste ainda, nós, como estudantes de arquitetura e urbanismo vermos exemplares lamentáveis de arquitetura aqui dentro da escola, aqui no berço do conhecimento.

Pelo menos trezentas pessoas estão nessa universidade, onde passarão cinco anos de suas vidas estudando e aprendendo o que fazer e o que não fazer em uma arquitetura. Aprendemos o que é certo e o que é errado. Aprendemos a produzir coisas boas, aprendemos a produzir bons projetos, como foi o primeiro projeto desta mesma universidade, quando fez Marcello Vivacqua, ao projetar as queridas Células Modulares Universitárias. Bons tempos. Hoje dentro desses tapumes, vemos coisas lamentáveis. Vemos projetos que nem mesmo se adéquam ao plano deixado por Marcello. Essas áreas no entorno das CEMUNI são tratados como meros terrenos livres para mais desordem.

E, ao sair de uma aula de arquitetura, onde vemos legados importantíssimos como foram as próprias CEMUNI, vemos um prédio da Pós-Graduação em Psicologia sair do chão em desacordo com o que acabamos de aprender. Ausentamo-nos da vontade de querer reproduzir uma aberração como essa. Um projeto desordenado, negando a modulação das CEMUNI, e ainda, em desacordo com o “Plano Diretor Físico” da UFES.

Se a Universidade é um lugar de se produzir e exportar conhecimento, está deixando a desejar no momento em que permite um desastre anunciado desses ser construído no campus. De fato, a desordem da universidade alcançou o Centro de Artes, onde estão os primeiros e quase únicos exemplares orgulhosos da arquitetura capixaba.

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