da PESQUISA das LEMBRANÇAS MATERIAIS

domingo, 10 de junho de 2012

soneto a ela

tu, mulher, és o mosto refinado em plena doçura
aquele que breve causará uma embriaguez inevitável
um brinde ao vício e ao ócio como é forte nossa loucura
acidez oleosa rasga a véu e nos presta ardor inigualável

líquido viciante ao qual me volto, sofro! Baixo! Mudo!
sorriso de amor cravado, inusitado, inesperado. Forjado?
O suor escorre em minha pele tal qual gosto amargo e lanudo
que nos molhamos sem afã. Que nem sol nem sal nos deixas acuado

agora. Quem és tu? Que deitas e só deitas num nível perfeito
és tu o beijo? Beijo que só beijas e que maltratas com minúcia
então o afago teso. Que só é, imagino, seu taciturno afeito

estonteia-me mais uma vez, indefinido ser. Sonhe, cerre!
Os olhos como requisito ao beijo, doloroso que é dito: acabará!
E o leito, cá estarás. Numa estante transparente vítrea, mulher.

Nenhum comentário:

Postar um comentário