O homem, convida a mulher a se colocar ao seu lado, junto a uma janela de peitoril alto e de uma vista baixa e limitada, quando diz:
- Mulher, eu saio à este mundo. Desnudo por um novo. Mas amedrontadíssimo por meu passado, me distraio quando vejo calçadas, quando vejo ruas, postes envergados, jazidas minerais, águas cristalinas. Quando vejo tudo isso, minha querida, me torno vulnerável.
A mulher reflete confusa e diz apaixonantemente:
- Segure minha mão, homem. Esse peitoril há de nos apartar a queda.
Sentindo-se incompreendido:
- Eu tenho que ir. Partirei com todos os meus receios. Todos os meus pavores que só você entende. Se há uma paixão, você a destroi. Se há um devaneio, você me estende a mão. Se me há remordimento, você estanca o quanto choro.
- Me abstenho de querer-lhe privar de tudo o que é seu.
- É meu. Mas são por você. Tanto que nunca saberás.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
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que surpresa boa seus textos! :)
ResponderExcluiré doutor, ficou bonito isso.
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