da PESQUISA das LEMBRANÇAS MATERIAIS

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

poema vão

deixe-me ir
a nenhum lugar
só deixe
me deixe
partir aos meus passos próprios
a qualquer lugar
com trapos
e gestos
imprórios
acompanhado de nomes próprios
sem meus relatórios
sem meu ser retórico
de lado
calado
mudo
cego, e densamente surdo
deixe-me ir
sentar com as solas no chão
repousar as falanges tortas
sobre qualquer superfície vã
gargalhar
de futilidades
de desperdicíos
numa mira mais sã
deixe-me ir
esqueça de ti
amanhã
no mais tardar as treze
não estarei mais aqui

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